Sunday, May 20, 2007

Vinte de Maio

Eu deixei de acreditar
Nesses jogos a que resolveram chamar amor
Que não consistem num caminho, nem têm futuro para alcançar.
É pouco mais que incerteza,
Restos convencidos de uma felicidade sem dor.
Pouco mais posso falar desta tristeza,
Deste líquido que escorre pela alma
Desta desilusão com o que me espera.
Desconfio do que explode, desconfio do que acalma.
Desconfio de quem não consegue ficar só.
Entrega-te ao fogo, entrega-te à quimera,
Porque sabes que ardes, sabes que queima...
E ainda assim, pensas (inocente) que não acabará em pó.
É um mundo que percorres sem o ver,
Cega-te a visão de uma vida que passa a correr.
Tens apenas a ilusão do concreto.
Está lá, deixa-te feliz não deixa?
Parabéns, consegues ter o Eco.
Aquilo que tens é mero reflexo de ti
Diz o que queres, eu digo-te que fugi.
O que pretendem deixa me enjoada,
É inseguro, faz-me desgraçada.
Dá a ti mesmo o discernimento de seres uno e compacto
Só depois pensa na asneira de uma vida
De consagrares a união como um acto.

Wednesday, May 16, 2007

Querer


Experimenta,
Dá-lhes essa liberdade,
Joga-os à loucura,
Que de dois corpos reste menos que ternura.

Escapa o fogo, o suor e as lágrimas.
As forças da vontade são fracas como a saudade.

Vontade de esquecer o mundo
Deixar me ali, fazer jamais ouvir tudo.

O desejar é o irmão poeta do querer,
O querer é sincero, é com poder.