Sunday, April 11, 2010

da escolha

São essas as opções que definem a tua vida, que te dizem quem és. Ou que por outro lado, te atropelam e acabam por fazer de ti o que nunca foste, não és, e que acabarás por ser. Convém que ao olhar para um percurso de vida, te identifiques com as escolhas feitas, com o que viveste e determinou o que és, e sobretudo com aquilo que determinou quem não és. No entanto há alguns momentos em que vivemos nitidamente, em simultâneo, duas opções. Parece-me a mim que quando isso acontece… é porque na verdade, são ambas hipóteses daquilo que não nos interessa verdadeiramente, daquilo que não somos.
É muito difícil fazer escolhas, e mais ainda quando temos consciência, quando olhamos para o filme enquanto espectadores. Vemos claramente o que pode acontecer se escolhermos A ou B, e no fundo, a verdade é que nunca vemos nada. Avaliamos e consideramos apenas com os factores que constam no nosso universo pessoal, havendo então a épica falha do mau julgamento, daquele que se baseia em falsas premissas. E é assim que arriscamos. Devemos ficar gratos ao ritmo das coisas, porque na vida tudo corre num só sentido sem voltar atrás, e de algum modo nós intuímos que é agora o momento para a acção, sem perdermos demasiado tempo em meditação e ponderação. É durante a premeditação que a vida corre, e não volta atrás para ser vivida no momento por nós escolhido. É então no próprio ritmo dos acontecimentos que surge um impulso que mais ou menos consciente nos faz agir, nos faz escolher, viver, e nos faz ser quem somos.
Mas é também o mesmo ritmo que é o dono e autor das más escolhas, “oh tempo volta para trás”. Não volta. Só à frente é que poderás ter instrumentos para resolver o passado. Podemos ainda considerar que nada é uma má escolha, e que tudo são apenas escolhas: nem boas, nem más. Foi apenas uma opção, uma marcação num percurso, que mediante a forma como a vivermos nos poderá instruir para o futuro. Todas serão boas escolhas se nos providenciarem experiências positivas para a plena fruição da vida futura, e que daí advenha felicidade ou completa realização pessoal. Pelo bom êxito, todas as escolhas sejam admitidas, mas que sejam feitas… Porque na hesitação, na perpétua consideração, ninguém alcança tipo nenhum de felicidade, nem de existência.